sábado, 25 de junho de 2011

Sobre o Amor...


 Ah, o amor! Quem não o desejou um dia? Quem não anseia estar visceralmente apaixonado? Não há outro tema tão discutido e proclamado em todas as épocas, em todas as culturas do que o amor. É próprio do ser humano amar e ser amado, buscar a felicidade na troca afetiva. Ah, o amor!Nunca vi coisa mais estúpida na vida!Quando pensamos que senti-lo é uma das mais sublimes obras da vida,sempre vem uma conhecida velha chamada de decepção e faz com que sejamos desenganados, desiludidos. A maior decepção amorosa que existe é quando se descobre que não se ama, não pelo menos como todos os mentirosos afirmam: amor incondicional, leal, fiel,que tudo espera e tudo suporta. E, um dia, descobrimos que somos humanos. Sabe, até hoje, penso que o Realismo de Eça de Queirós é que faz sentido.E uma coisa é certa: quanto mais certo se está do amor que alguém nutre por nós, mais certo é que sejamos esquecidos. As pessoas confundem amor com posse, com poder, com qualquer outra coisa que não combine com liberdade. Liberdade de escolha, pensamento, atitude...Este sim, um amor implacável que deveria nos fazer finalmente tirar os pés do chão, suspirar, desejar, querer... Não se está num relacionamento como se fosse um preso em regime semi-aberto, procura-se a realização, a felicidade, a completude, que mesmo sabendo que não existe, é incansavel e inexoravelmente buscada a todo momento. Amar não é mudar a alma de casa(discordo de Quintana), isso fica para os apaixonados, que via de regra, confundem amor com paixão desmesurada, amar significa deixar a liberdade florescer, sentir o frio na barriga que só a sensação do regresso é que sabe explicar, amor não é rimar com dor, amor é um verso branco, um verso livre, que poucos conhecem, mas todos dizem reconhecer. Para se viver um grande amor, Vinícius de Morais tinha a receita, cantada em verso e prosa, mas lamento decepcionar o poeta: para se viver um grande amor, deve existir antes um amor maior ainda chamado de amor-próprio, aquele que fez Narciso se apaixonar por si mesmo, aquele que não permite que sejamos o tapete, nem a escada, aquele que faz de nós sermos quem somos.Grandes, fortes e apaixonados.Principalmente por nós mesmos!
Os parâmetros sociais em que vivemos tornam o amor uma efemeridade, algo notório apenas nos clássicos poemas. Mas, amor não sai de moda nunca, não fica demodé, todos desejam, mas poucos são capazes de enxergá-lo; de Platão às filosofias baratas de botequins, o amor é quase unanimidade para a construção do sucesso na vida, passeia por decepções e felicidade que jamais serão vendidas em lojas ou magazines virtuais. A grande rede, a internet, é uma das formas de se proclamar o amor ( ou acabar?), entretanto, as reflexões a que chegamos a cada relacionamento que vivemos é que somos máquinas que necessitam do combustível não perecível chamado Amor. E não há nada que supere este invento debaixo do sol.

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