Acho que a primeira pedra quem atirou, não tem perdão...

Sabe, existem dias em que tudo o que você não quer é lembrar que o mundo é justo e que a máxima universal popularizada num adágio popular é verdadeira: aqui se faz, aqui se paga. Durante boa parte da vida pensamos que essa história de pagar pela mesma moeda e lei de talião eram ultrapassados, mas cá para nós, a própria vida se encarrega de nos ensinar lições que ensinamos aos outros: as pessoas não são descartáveis, sentem, choram, se emocionam e, principalmente, não esquecem. Hoje, é um dia bom para pensar nisso, assim como ontem também foi.E, nós, nem sequer temos a coragem de revidar, pois já sabemos quem atirou a primeira pedra...E, entre pedras e vidraças, estamos quebrados por atitudes inóspitas de carinho, onde só habita o mais desconhecido e sombrio eu.E, assim vamos seguindo...

Um dia chuvoso sempre é convidativo para as mais perfeitas e imperfeitas reflexões...Talvez seja por não ter mais nada para fazer, o convite mais interessante é pensar sobre algumas coisas. A cada dia que se passa as pessoas se esforçam para parecerem más, como se fosse algo louvável; esforçam-se para serem fingidos, como se não soubessem mais ser sinceros; algumas pessoas pensam que somos como elas e nos incluem numa categoria de pessoas que não gostamos de fazer parte: os iguais. Todos os dias, enquanto muitos ignoram as qualidades, fica mais evidente os defeitos deles, enquanto alguns mentem para esconder algo irrefutável, outros lutam contra si mesmo para tentar ser melhor. Sabe, tenho uma teoria: alguns existem apenas para serem pedras nos caminhos alheios...outros para serem pontes, elos que nos conduzem à luz. E, cá para nós, não me importa realmente quem você seja ou o que papel você tem na vida das pessoas, pois eu sei quem eu sou e o que EU quero. E não adianta nenhuma palavra, nenhum gesto, nenhum pensamento...a não ser aquele que está na mesma vibração que os meus. A gente demora pra entender, mas um dia a gente entende...

Para aqueles que insistem em confundir as pessoas.

Remando contra a maré só pra exercitar...

Um dos exercícios mais práticos e benéficos para o ser humano é remar contra a maré. Sabe quando você pensa que todas as pessoas do mundo são previsíveis e querem chegar a um único objetivo? Pois é. Hoje em dia, tudo é muito igual, todos são réplicas de estereótipos prontos e acabados. E em algum momento você sente que pode (e deve) fazer diferente. São pequenos gestos, pequenas palavras ditas na hora e no lugar certo que no final das contas vão fazer toda a diferença. Pois é. Cada um de nós tem dentro de si uma força enorme, uma força motriz maior do que a da bomba atômica, mais profunda do que tudo que há...essa força chama-se vontade. É por ela que fazemos tudo mudar, é por ela que temos vontade de operar as mudanças, de fazer valer nossa palavra e de finalmente, fazer diferente de todas as outras pessoas do mundo. Hoje em dia fala-se muito em igualdades e diferenças, criações de identidades e respeito às diferenças, mas esquecem-se de falar o óbvio: somos todos igualmente diferentes. Pare, pense, olhe para você e se questione: você é a pessoa que gostaria de ser? Faça você a sua diferença! Faça você a diferença que espera das outras pessoas! Faça você valer a pena cada minuto...Faça as escolhas certas, não se arrependa de nada e principalmente: tenha fé! No final das contas e no final do dia...é ela que nos sustenta e que opera os milagres em nós.

Vigínia Carvalho

(para aqueles que pensam que mudar é possível...)

Iguais!

Quem pensa e diz que homens e mulheres são diferentes, engana-se redondamente! Salvo a anatomia, no mais somos todos iguais, somos feitos da mesma matéria, dos mesmos mistérios, somos inclináveis ao perigo, mas tememos perder o valoroso. As pessoas confundem liberdade com enganação, costumam pensar que são propensos ao erro porque as tentações do caminho colaboram com uma conduta não tão linear assim. Sabe, hoje acordei pensando que irremediavelmente a gente só é o que a gente quer e o que a gente faz aos outros só depende de nós. Aquele pensamento do plantar e colher, do dar e receber, é mais uma fraude que foi cultivada durante séculos, mas que a bem da verdade no fundo, cada um de nós quer acreditar nisso, pois isso nos faz bem. Os arrependimentos que nos visitam vez por outra fazem parte do seleto grupo de nossa memória, que tanto homens quanto mulheres têm: a memória da sensatez, que chega um belo dia para nos visitar e não nos abandona nunca mais. Não quero a pretensão de dizer que nossa espécie é diferente entre si, todos nós temos anjos e demônios inconfessáveis dentro de nós, todos temos motivos para errar, aprender e depois cometer o mesmo erro novamente, porque incutiram na nossa mente que o destino está sob nossa guarda e que somos bons o suficiente para sempre escolher o certo. Nada mais ilusório, nada mais mentiroso. Somos iguais, somos diferentes, somos quem podemos ser e somos o que podemos parecer...

Roleta Russa...

Entre escolhas e consequências, nossa consciência fica atordoada com o barulho da cidade, com as buzinas e a claridade dos faróis que não ilumina, apenas ajudar a manter a nossa escuridão. Somos todos feitos da mesma matéria prima, mas muitos de nós(para não dizer todos) sofremos por tudo, sofremos porque temos, porque não temos, porque amamos, porque não temos amor, porque adoecemos ou porque temos saúde de ferro. E, um belo dia, escolhemos brincar de deuses, e nos damos o luxo de fazer o que queremos, sem pesar,sem medir.E, então, nossa avalanche começa...de repente nos vemos sentados numa mesa de bar com uma arma nas mãos...estamos assustados.Mas, temos que nos acostumar: são nossas escolhas...

Pedras e Vidraças...

Impressionante o quanto somos complicados, duvidosos e bipolares. A verdade dói, sabe...mas, a mentira corrói ainda mais. A realidade faz a máxima universal parecer história da carochinha : não faça com os outros aquilo que você não quer que seja feito com você. E o nosso mundo é realmente muito hipócrita, pois aprendemos desde cedo que devemos mesmo é ‘revidar e bater no coleguinha da escola, se não quiser apanhar de novo quando chegar em casa’. Ensinamos valores que não possuímos há tempos. A dor de um beliscão é imediatamente diminuída quando se devolve o ‘afago’, o preço de uma vidraça quebrada, só sabe quem já quebrou uma. Os bons ainda existem, sim. Não percamos a esperança, mas não percamos também a sensatez em admitir que somos inexoravelmente aquela pedrada que atiramos de volta. E o efeito bumerangue? Este, sim...começa a fazer sentido quando somos desafiados e dançam em cima da nossa magnífica inteligência. Aos enganados, a redenção; aos enganadores, a sensação de que estarão sempre tirando vantagem, quando na verdade, estão apenas atirando no próprio pé e não sabem. Posso não saber o que quero, mas sei exatamente o que não quero!

E nas trincheiras...o Povo!

Todos os dias temos oportunidades únicas e pequenas de não sermos covardes, de reconhecer os verdadeiros amigos e valorizar o tempo que temos para mostrar quem verdadeiramente somos. O dia amanhece, sorri para nós e nos pergunta que pessoa queremos ser hoje. Dependendo do que escolhemos, podemos ser ponte ou muro.Sol ou Chuva, todos os dias de nossas vidas escolhemos quem queremos ser para os outros,independente do que nos dizem, ofendem ou calam. Mas, hoje, vemos uma desumanização generalizada por meros vinténs, gente que abandona seus princípios morais por acreditar que existem coisas mais importantes. Uma vez ouvi uma frase que dizia assim: "Quer conhecer verdadeiramente um homem? Dê poder a ele!" E, tenho examinado cotidianamente isso. As pessoas pensam que o poder, assim como o tempo é uma grandeza eterna, é um valor absoluto e incontestável. Enquanto, os soldados estão nas trincheiras dispostos a matar e morrer pelos generais, eles estão sentados em um ar condicionado vestindo terno e gravata e tomando cafezinho as nossas custas. O que eles não sabem é que nós temos senso de justiça, do ridículo e , principalmente, da transformação de caráter que o poder operou sobre eles. É meu amigo apenas quando outubro se aproxima? Visita minha casa porque posso tirar os generais do poder? Quer calar minha voz porque sabe o peso das minhas palavras? Nossa! Durante toda a vida temos uma ou outra chance de sermos corajosos, mas chances de não sermos covardes, temos todos os dias. Agora, é tarde e Inês é morta, como diz o ditado popular. 
Agora, é a minha vez de mostrar que quem manda aqui sou eu!

Ass: O Povo!


Virgínia Carvalho